Será que uma boa autoestima está apenas relacionada à imagem corporal? Claro que não. A imagem corporal é apenas um dos fatores correlatos à autoestima. Especialmente em uma sociedade que supervaloriza esse aspecto.
A palavra em si quer dizer o ato de gostar de si mesmo. Será que gosto de mim apenas quando estou satisfeita com meu corpo? Ou existem outros aspectos da minha vida que me fazem reafirmar o ato de gostar de mim?
A partir do momento que comecei a fortalecer minha autoestima, percebi também meus relacionamentos: afetivos, amorosos e fraternos. A mulher que antes aceitava algumas coisas e até as achava o máximo, agora não se contenta mais com o que lhe oferecem. Se você me conheceu ontem, hoje já não me conhece mais.
O que antes parecia aceitável, parece agora insuficiente.
Muitas vezes uma pessoa fala algo sobre mim que me leva a pensar: será que ela está certa? Se estiver, desejo mudar? É verdade o que ela diz? Por quê é tão importante para mim provar que alguém está errada sobre mim? Se eu sei quem sou, preciso provar ao outro quem sou? Afinal, o outro apenas verá de mim o que o espelho de seus conceitos permite ver.
E se seguimos para o nível dos relacionamentos fraternos a pergunta é: se faço tudo pelo outro, o que sobra para o outro fazer? Será que ele deseja mesmo estar comigo? Ou estar junto? Ou para ele apenas o desabafo pelo whatsapp, os audios, as conversas por telefone e acompanhar a vida pelas redes sociais é suficiente? Será que deixo espaço para o outro dizer não? Quantas interpretações existem em um “vamos ver”, “hoje não consegui”, “a vida anda corrida”.
E o que eu percebi quando deixei de fazer demais pelo encontro?
O que percebi quando praticamente impedia o não do outro? O encontro com o outro não acontecia. Foi o exercício da minha autoestima que me permitiu dizer a mim mesma: “se é isso que tu me ofereces, eu pego minha bolsa, e vou tomar café feliz e sozinha”. Ter clareza que as escolhas são minhas e que os outros também fazem escolhas é maravilhoso. E que essas escolhas não estão necessariamente ligadas a me aceitar, a me encontrar, a me amar.
Eu me amo o suficiente para caminhar livre, potente, autêntica pela vida. E este é o exercício de autoestima mais forte e mais permanente que pode acontecer no meu processo de autoaceitação. Você já experimentou fazer menos pelo outro e mais por si mesma?
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