VOCÊ SENTE MAIS FOME NO ESTÔMAGO OU NA CABEÇA?

by - março 21, 2021

 Vou começar o meu texto com duas perguntas, que podem parecer bestas….

1) Você conhece a sua fome?
2) Você sabe a hora que deve parar de comer?

como é a sua fome


Não entendi, Carol "como assim conhecer a minha fome?" É claro que eu sei.

Será mesmo? Então pare e pense se você conhece mesmo a sua fome…..e em qual parte do seu corpo você a sente? E em qual momento você a sente? Não precisa escolher só uma opção.

a) Na cabeça
b) No estômago
c) No peito
d) Roendo as unhas
e) Ansiosa estudando para uma prova no final do período da faculdade
f) Entediada no domingo às 6 da tarde
g) Quando você abre a geladeira pra pensar
h) Quando está trabalhando até mais tarde e precisa se manter acordada
i) Quando terminou o namoro
j) Antes de uma reunião importante
k) Na TPM

Agora vamos para a segunda pergunta:

2) Você sabe a hora que deve parar de comer?

Mas como assim hora de parar de comer? Normalmente eu paro de comer quando estou satisfeita (satisfeita mesmo ou cheia?) ou quando pisquei o olho e vi que acabou a comida do prato enquanto eu estava vendo a minha série favorita ou então quando a pipoca magicamente acabou e o filme ainda nem tinha começado!

E naqueles restaurantes que você paga um preço fixo – buffet ou rodízio – e pode comer o quanto quiser - você sabe a hora que deve parar?

Agora vamos ao gabarito das perguntas acima:

Se na pergunta 1 você respondeu que quando está com fome você sente no seu estômago, é um bom sinal. Mas agora, como adoro uma pegadinha, a fome que você sente está 100% do tempo no estômago? Acho que não, né. As letras C até K, você marcou alguma?

Calma, se você não marcou “estômago ” e sim todas as outras, tá tudo bem!

Por que estamos falando isso? Respeitar seu corpo, honrá-lo, aceitá-lo como ele é e fazer o melhor dele. Respeito, essa é a palavra. Para melhorar a relação com o corpo é inevitável que haja uma melhor relação com a comida.

Na linha da nutrição baseada no comportamento, nosso foco é melhorar a relação com o corpo e com a comida usando alguns pilares: o reconhecimento dos sinais de fome física e da saciedade e também entender os motivos que levam você a comer o que você come.

A fome e a saciedade são dois sinais que nascem com a gente mas que se perdem na infância e adolescência por diferentes motivos. Na infância um bebê sabe direitinho a hora que ele tem fome e quando precisa parar de comer. Simples assim. Há um comando interno – que chamamos de autorregulação energética – que avisa que a energia está baixa (que nem a luz do painel do seu carro acende quando a gasolina está na reserva), envia um sinal para o centro da fome no cérebro, e aí o alerta vem. E quando “o tanque foi completo” mais um sinal é enviado, mas agora no centro da saciedade, avisando que está na hora de parar.

O que então desregula? Quando a criança já passou de um corpo de bebê para um corpo de criança ele já não sente mais tanta fome, e junto a isso outras coisas passam a a dar prazer à ele que não apenas o alimento, pois agora ele caminha! Só que a família desavisada disso, o que faz? Com a preocupação de “meu filho parou de comer”, engata em um pensamento de “vamos encher essa criança de comida!” e aí começa uma desregulação.  Junte isso com algumas crenças de que “não pode deixar comida no prato”, “não vai sair da mesa se não comer tudo”, “tem gente passando fome, você não pode desperdiçar comida” – lascou-se. Tem que comer o prato feito por um adulto, na quantidade de comida que um adulto avaliou que seja suficiente, mas para a fome de uma criança. Parece louco, né…..mas é a realidade, acho que desde que o mundo é mundo.

Na adolescência há novamente uma alta demanda de energia e nutrientes – afinal de contas precisamos transformar um corpo de criança em um corpo de adulto – e volta novamente aquela fome de leão. Mas aí, aliado a diversas crenças construídas socialmente como “fulana engordou assim que virou mocinha”, muitos adolescentes, por conta própria ou até estimulados pela sua família, saem à procura de algo para frear isso. E então começa a roda viva das dietas e em casos mais extremos (mas infelizmente bem comuns) são levados a profissionais de saúde que indiscriminadamente prescrevem remédios para inibir o apetite. (Alguém ai se identificou?). Agora, imagina só frear a fome para a construção de um corpo saudável por conta de um achismo de que o corpo engordou? Esse corpo precisa mudar!

Remédios inibidores de apetite desorganizam completamente o centro da fome e da saciedade. O corpo já não sabe mais que horas está com fome, está satisfeito, fica uma sinfonia de sensações completamente misturadas.

E então você hoje, adulta(o), que provavelmente já passou por algum desses processos aí, sabe me dizer se conhece a sua fome? E a hora de parar de comer?

Pra embolar ainda mais o meio de campo nós temos as emoções. Sim, nós nos diferenciamos do resto da cadeia alimentar por conta das emoções e da racionalidade. Me diga, quais são os motivos que levam você a comer o que você come?

Feliz, triste, entediado, depois de um dia difícil como recompensa, se sentindo só, sentindo um vazio interno que precisa ser preenchido, uma ida à um rodízio que precisa fazer valer o quanto pagou, uma ida à um evento com mesa de coffee break (sendo que você nem estava com fome, mas a comida estava ali), porque foi em um lugar cuja comida era de graça, passou por uma praça de alimentação do shopping e viu uma promoção, na fila da farmácia e pegou umas balinhas expostas, parada no sinal de trânsito e o menino colocou um amendoim no retrovisor. Ufa……ainda falta um monte de coisas! Mas já deu pra entender, né.

Agora respira…..pois você não está sozinha. E não se desespere. Perceber a hora que você está com fome de verdade ou se algum dos motivos acima te fez comer mesmo sem fome, já é um bom passo para entender isso tudo e melhorar a sua relação com a comida.

E depois disso tudo que eu escrevi, alguma dieta ou receita mágica ou lista de alimentos permitidos ou proibidos já te fizeram pensar em metade das coisas que falei acima? Acho que não, né..

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